Talvez tenha sido um acaso, uma mera coincidência. E isso importa? Não.
Trouxeste-me as palavras, devolveste-me o sabor das madrugadas, agridoces. Dei-te as Horas, os mergulhos inesperados, roubei-te, com o teu acordo. Rasgámos as ruas da cidade, os corpos quase etéreos, tudo matéria desfeita. As gentes quietas, minúsculas figuras, e nós enormes, num tremendo movimento contínuo, sentados num baloiço, duas crianças.
O pêndulo ainda trabalha, com pequenas pausas, dentro de mim.