Pensava eu que tínhamos chegado à etapa da lucidez e que a única coisa que poderia existir entre nós (falo de obstáculos que o são apenas em forma) era uma transparência. V. notará, claro, que não utilizo o pronome indefinido, e isso carrega ainda mais de presunção a tal coisa pensada. Dizia eu (não dizendo - ainda não é a hora da síncope, respire) que partir de tal malfadado pressuposto não só faz derrapar a priori qualquer argumentação como ameaça de ruína o meu amealhado de esperanças.
Verificando que a fase é ainda um misto de papel azul de 25 linhas e galanteios, é com algum ressentimento (por ora, a nobreza desapareceu) que leio a última informação que V. me enviou, sem ao menos um timbre, um lacre. Nada.
Ah, como estou desapontada. Era menos custoso perdoar-lhe o mau francês e a tendência ditatorial, acredite.